Tenho uma birra danada de publicitário que se acha o rei da cocada preta em relação ao cliente. Na verdade, acho que qualquer profissional arrogante já perde pontos na largada; por isso, sempre busco absorver conhecimentos com quem vem aqui na agência.
Com Gilberto de Souza, especialista em desenvolvimento humano e organizacional, não foi diferente: ao realizarmos trabalhos pra ele aqui na Ecco, pude ter contato com um dos inúmeros cursos que ele ministra sobre neurociência aplicada à administração. E esse negócio de “se funciona, é obsoleto” foi um conhecimento de Etomologia abordado que pude desdobrar em ao menos meia dúzia de implicações dentro da comunicação. Um deles, o que quero abordar aqui hoje, é sobre construção de uma personalidade de marca nas mídias sociais.
Há cerca de 6 anos, começamos a trabalhar com um cliente do segmento escolar, dono de uma marca forte, com o desafio de criar uma presença digital com personalidade autêntica e consolidá-la junto ao público. Fora do Brasil, a comunicação já funcionava, mas percebemos que empurrar goela abaixo do mercado brasileiro os mesmos conceitos europeus poderia botar tudo a perder. Foi aí que “se funciona, é obsoleto” veio em nosso favor.
Buscamos como trabalhar os principais assets da marca de uma forma mais próxima à nossa realidade, fizemos uso de influenciadores digitais nacionais em diversas situações e recriamos a linguagem sem que houvesse importação de comunicação (um dos motivos de diversas marcas não terem conseguido tanto reconhecimento aqui no país).
Anos depois, ainda estamos colhendo os frutos desta aposta em conjunto com o cliente: a marca está super consolidada no mercado nacional e suas redes, administradas pela agência Ecco, possuem maior alcance e engajamento que sua principal concorrente.
Lembrando que não existe receita de bolo: o que vale é analisar cada cliente e cada produto em toda sua singularidade, absorver o que pode ser aprendido, questionar o que funciona e criar estratégias sob medida para o seu público, seu problema e seu objetivo. O foco em melhoria contínua não pode ser perdido de vista nunca. Afinal, se funciona, é obsoleto.